(Salmos 90.10-12)
Para um jovem, a vida passa lentamente e ele, tantas vezes, vive acelerado. Para um idoso, a vida passa rápido demais e ele, não tem outra opção, se não andar lentamente. Quando somos jovens não sabemos muito da vida e temos, aparentemente, todo tempo do mundo! Quando envelhecemos já sabemos o bastante para aproveitar melhor a vida, mas aí o que nos falta é o tempo. Na juventude não nos faltam forças, falta-nos experiência. Na velhice é o contrário: não nos falta experiência, faltam-nos forças. A vida parece produzir este contraste: quando podemos, não sabemos; e quando sabemos, já não podemos. Mas, não precisa ser exatamente assim. Não se vivermos em comunhão com Deus. Com Deus podemos viver bem essas duas faces contraditórias da mesma vida.É verdade que o tempo leva nossas forças e vitalidade. É verdade que a vida tem limites físicos. Podemos trabalhar para estica-la ao máximo, mas ainda assim o fim chega e as forças faltam. Quanto mais perto do fim, mais limitações, menos disposição. Alguém já disse que a vida é uma professora exigente: primeiro dá a prova para depois ensinar a lição. E aí o aprendizado exige tempo e o tempo é limitado. Por isso precisamos ser bons alunos e aprender rápido. Não temos todo tempo! Quando vivemos em comunhão com Deus podemos e aprendemos. Com Ele em nossa vida mesmo sem experiência, podemos desfrutar de sabedoria. O temor ao Senhor é a fonte da sabedoria. Temer a Deus é dar a Ele o lugar devido em nossa vida. Com Deus podemos viver nossa juventude sem comprometer nossa velhice e viver nossa velhice sem lamentar nossa juventude.
Deus nos chama para ama-lo sobre todas as coisas e amarmos o próximo como a nós mesmos. Temer a Deus é fazer isso! O amor nos harmoniza e equilibra. O amor nos mantém no rumo certo nas confusas estradas da vida. Amando a Deus e experimentando seu amor poderemos, ainda aqui, ancorar nossa vida lá, na eternidade. Aprenderemos que o fim não encerra, inaugura. Que não temos apenas o agora, sempre teremos o depois. E com isso faremos as pazes com as limitações e impossibilidade de uma vida que tem fim. O amor nos mantém focados no ser e nos ajuda a perceber as ilusões do ter. Pessoas importarão mais para nós que coisas. E assim, mesmo jovens, podemos fazer as “apostas certas”, e não precisar lamentar depois. Como disse Fernando Pessoa, “navegar é preciso, viver não é preciso”. Sem Deus essa imprecisão será catastrófica!
ucs
