“Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!”
(Mateus 6.23)
De quem é a culpa? Esta é uma pergunta que facilmente pode guiar nossa maneira de lidar com as dificuldades da vida. Estamos sempre apontando culpados. Mas apontar culpados não costuma resolver o problema e pode ser um problema. Se estou sempre apontando os culpados de estar enfrentando problemas, isso pode significar que tenho a tendência de responsabilizar outros pelas dificuldades que enfrento. Posso estar desenvolvendo ou já ter desenvolvido uma postura persistente de esquivar-me das minhas responsabilidades e justificar minha falta de altitude diante de problemas ou diante da necessidade de superar dificuldades. E esta não seria uma maneira boa de orientar a vida. Acabaremos presos num atoleiro de reclamações e lamentos, mas diremos que a culta é dos outros.
É importante compreendermos que, diante de um problema, ainda que outros sejam os culpados, a melhor atitude é concentrar-me no que posso fazer para resolver a situação. Agindo assim naturalmente irei considerar a minha responsabilidade e reconhecer as minhas falhas e limitações. Serei mais coerente e proativo. Ficarei prevenido contra a cegueira sobre mim mesmo. Quem sempre está responsabilizando e culpando os outros acaba cego sobre si mesmo! E quando somos incapazes de reconhecer nosso erro ele adere ao nosso caráter. Se agimos grosseiramente (erro) e não reconhecemos, nos tornaremos pessoas grosseiras (caráter) e seguiremos praticando grosserias, mas sempre nos justificando – a culpa é do outro! Acharemos que estamos certos, mas estaremos errados. Acharemos que somos bons, mas estaremos sendo maus.
Jesus nos alerta que o mais sério problema não é que haja trevas em nós, pois sempre haverá alguma. Fomos criados para sermos luz, sermos bons, sermos amáveis, sermos justos, éticos e pacientes. Mas falhamos muitas vezes. Isso não é bom, mas quem consegue evitar todas as falhas? Porém, se nos recusamos a reconhecer as falhas e nos justificamos se sempre os culpados são os outros, aí o problema é grave. Aí iremos acreditar que as trevas que há em nós são luz e então estaremos dominados por elas. E elas serão tremendas e farão muitas vítimas. Especialmente nós mesmos. Por isso, tenhamos cuidado: todos precisamos de mudanças. De muitas! E tudo começa com nossa capacidade de reconhecer: errei!
ucs