
No mundo dos discípulos havia diversos momentos simbólicos para o status social. Um deles era o momento das refeições. Neste momento os senhores se assentavam à mesa e os servos deveriam servi-los e ficar à disposição. Somente após os senhores estarem satisfeitos é que os servos poderiam ocupar-se da própria refeição. Os senhores eram os maiores, os que estavam à mesa. Os servos os menores, os que serviam à mesa. Jesus usa essa imagem tão conhecida pelos discípulos e lhes diz que a Sua escolha era ocupar a posição de quem servia as mesas. Em sua relação com os próprios discípulos Ele agiu como servo, cuidando e trabalhando pelo bem deles. Ele não os tratou como recursos para o cumprimento de Sua missão. Eles eram parte e não objetos da missão de Cristo. Pacientemente seguiu com eles, os amou e procurou forjar neles as atitudes e caráter de um servo, especialmente por meio do exemplo.
Ter um coração de servo não significa não poder ocupar uma posição de líder, de chefe ou qualquer outro termo que possamos usar e que indique função de autoridade. Ter um coração de servo tem a ver com o modo como exercemos a liderança, por maior ou menor que seja. Jesus não abdicou de Sua posição de Mestre, mas a exerceu guiado pelo amor às pessoas e não pela ambição ou apego ao poder. Lemos em João 13 que Jesus lavou os pés dos discípulos e o fez exatamente no momento em que “sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder” (Jo 13.3). Cheio de poder Ele pegou uma bacia e uma toalha e lavou os pés dos discípulos. Nós, devido a migalhas de poder, nos incompatibilizamos com a bacia e a toalha, em contradição a Cristo. O Maior serviu aos menores e disse: Eu lhes dei o exemplo para que façam o mesmo! (Jo 13.15). Humildade não é um dom, é uma escolha! A grandeza de nosso discipulado está na humildade de nosso serviço.
ucs