sábado, abril 25, 2015

Qual tem sido a sua contribuição?

O cristão não deve assumir uma postura de contribuir apenas por meio de doações!

Após onze anos, a Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que determina que os governos Federal, Estadual e Municipal apliquem mais recursos na saúde. A discussão agora está por conta da fonte de onde virão esses recursos. Que a saúde pública precisa de mais investimentos não há nenhuma dúvida, assim como não há dúvida de que a falta de estrutura para atender à população não pode servir de alegação para se criar mais um imposto. O que a sociedade deseja e espera é mais honestidade e eficiência no uso do dinheiro público.

Segundo a Organização Não Governamental (ONG)“Transparência Internacional”, sediada em Berlim, a Somália é o país com a maior percepção de corrupção do mundo. Mergulhado em guerra civil permanente, sem uma estrutura de governo e serviços públicos que atendam às necessidades da população faminta, parte da pouca ajuda que entra no país é desviada e vendida, uma exploração absurda da miséria alheia, um mercado da morte.

Ano passado, o Brasil melhorou a sua posição nesse ranking em relação a 2009 (está em 69º lugar, numa lista de 178 países), mas ainda há muito a ser feito. Há um nível indesejado de corrupção em nosso país e, além de contribuir, temos que exigir que os recursos sejam usados sem paternalismos, para o bem da população, principalmente dos mais pobres.

Foi realizado na Cinelândia um ato de protesto contra a corrupção. Mais uma vez, as redes sociais foram utilizadas como um meio eficaz de mobilização. Espero que esse crescente sentimento de indignação esteja sendo movido pela consciência de que os governos têm que servir à sociedade e não o contrário.
Transparência é uma boa forma de prevenir a malversação e o desvio de recursos públicos. A presidente Dilma Roussef, ao discursar na Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que o Brasil tornará mais fácil e abrangente o acesso às informações orçamentárias do governo.

Aquilo que é público tem que ser tratado com retidão. Aquilo que é ofertado ao Senhor também. Antecipando-se à ação de indivíduos e governos, a Igreja deveria estar na vanguarda e ser um exemplo de transparência. À noiva de Cristo, no mínimo, se aplica a máxima de que “a mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta.” “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.” (2 Pedro 2.1-3.)

Sou pastor voluntário. Trabalho secularmente e não recebo nem um centavo da igreja, mas ao contrário, dizimo e oferto regularmente. Nessa condição, fico muito à vontade para falar sobre contribuição. Meu entendimento é que se trata de um privilégio que todo crente deveria desfrutar. Sem prejuízo daquilo que é trazido à igreja, em nossa Célula, por exemplo, temos o hábito de contribuir com trabalhos de evangelismo, atendermos irmãos necessitados do nosso grupo e de fora dele e promovermos confraternizações. Para mim, é muito claro que a obra de Deus necessita de investimentos, mas um dos problemas é que a visão patrimonialista de alguns líderes, que usam as ofertas mais em benefício próprio do que para os propósitos de Deus, tem gerado uma aversão à contribuição cada vez maior. “Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância.” (Tito 1.7.) Já ouvi e li muitos relatos de pessoas revoltadas com a avareza de alguns líderes, mas isso não deveria nos impedir de contribuir.

É preciso separar as coisas e termos cuidado para que esse mesmo mal não encontre espaço em nosso coração. Qual tem sido a sua contribuição? Somos chamados a edificar o Reino de Deus e para isso devemos primeiramente orar pelos líderes e, com sabedoria, debaixo da direção do Espírito Santo, confrontar o pecado para que haja cura no Corpo de Cristo, ou seja, nossa contribuição deve ir muito além das doações.

Muito obrigado Jesus!
Um forte abraço e que o Senhor te abençoe!
:: Pr. Célio Fernando
29/09/11 12:30