segunda-feira, março 06, 2017

Religiosidade e santidade

“Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama".
(Lucas 7.47)


Este foi o testemunho de Jesus a respeito de uma mulher, identificada por Lucas apenas como “pecadora” e que muitos acreditam tratar-se de Maria Madalena, que fora perdoada e liberta pelo Mestre algum tempo antes. Eles estavam na casa de um fariseu chamado Simão onde aconteceria um jantar em que participariam Jesus e alguns outros convidados de Simão. Mas essa mulher apareceu do nada e transformou aquele jantar num dos mais tocantes encontros de Jesus narrados nos evangelhos. Um encontro que nos permite aprender muito sobre vida cristã verdadeira.

Simão considerava-se um homem santo e julgou duramente aquela mulher, cujos pecados todos conheciam bem. Ele se considerava superior e jamais deixaria que uma mulher daquele tipo o tocasse. Por isso julga também a Jesus, que estava permitindo que ela abraçasse Seus pés chorasse sobre eles, molhando-os e em seguida enxugando-os com seus cabelos. Se Jesus não rejeitava aquela pecadora é porque não devia ser o profeta que havia imaginado – pensava Simão. Talvez até sentindo-se arrependido de ter oferecido uma jantar em sua homenagem. Nada de tudo aquilo esta oculto a Jesus, que podia ver o coração da mulher, de Simão e de todos os outros. Ele tratou a mulher com gentileza. Com a graça que lhe era peculiar. Era por graça que estava também na casa de Simão, mas este nem desconfiava disso.

A mulher estava oferecendo o melhor que tinha a Jesus ao lavar seus pés e ungi-lo com perfume. Uma dádiva que revelava muito de seu coração cheio de gratidão. Simão esta oferecendo um jantar, como tantos que acostumou-se a oferecer, por conveniência ou interesse. O tipo de jantar que também revelava seu coração orgulhoso e pronto a julgar, tanto à mulher quanto a Jesus. No final, é a mulher a melhor das pessoas que estavam naquele jantar. Foi ela quem fez tudo valer a penas. Jesus a reconhece por isso! Nessa cena podemos ver uma grande diferença entre religiosidade e santidade: a primeira leva pecadores a pensar que são santos por causa do que não fazem; a segunda leva pecadores a reconhecer e celebrar o poder do amor e da graça de Deus, que possibilita perdões e recomeços!

ucs