Apesar do enfraquecimento do Estado Islâmico, muitos outros grupos jihadistas continuam invadindo aldeias e fazendo escravas sexuais de mulheres cristãs e Yazidis. O pastor William Devlin, da Infinity Bible Church no Bronx, Nova York, revela agora que ele comprou centenas de mulheres e crianças que foram sequestradas pelo EI.
A prática foi desaconselhada pelo governo americano, com a justificativa que isso fortalecia os cofres dos terroristas. Mesmo assim, pastor Bill, como é mais conhecido, continuou fazendo as operações em visitas frequentes ao Iraque.
No ano passado, ele entrou em contato com uma rede subterrânea de “resgatadores”, que age no norte do Iraque. Esses homens fazem incursões aos territórios dominados pelas milícias e invadem os cativeiros, libertando os prisioneiros, mas em alguns casos são obrigados a negociar com as milícias.
Em abril, o pastor Bill voltou ao país e entregou mais de US $ 1.500 para ajudar um homem yazidi a pagar o resgate de sua esposa das mãos dos soldados do EI. Em agosto e dezembro, fez outras viagens levando dinheiro para que outras famílias comprassem de volta as mulheres que estavam detidos por jihadistas.
Segundo Devlin, através de uma rede de doadores, até agora ele resgatou mais de 200 crianças e mulheres que viviam como escravas sexuais. A maior parte do dinheiro foi levantada por sua igreja.
O líder religioso explica que, apesar da proibição do governo, ele foi obrigado a agir, após tomar conhecimento das circunstâncias terríveis que as prisioneiras viviam. “Minha motivação era pensar que, se eu tivesse três filhas prisioneiras de uma organização terrorista, e falasse com alguém sobre meu desejo de resgatá-las, esperaria que as pessoas dissessem: ‘Eu vou te ajudar”, disse ele ao The Christian Post.
Devlin deixou claro que ele nunca negociou com o Estado Islâmico, assegurando que sempre entregou o dinheiro aos resgatadores. O pastor diz não estar preocupado com as eventuais críticas, pois rotineiramente viaja pelo mundo para ajudar os cristãos e outros grupos perseguidos em lugares perigosos.
No último ano, ele entregou U$ 13.000 à milícia assíria Unidades de Proteção da Planície de Nínive. O dinheiro era para que eles comprassem armas para combater os jihadistas. Dizendo ter ouvido uma ordem do Espírito Santo, o americano tirou do seu próprio bolso dinheiro suficiente para comprar lançadores de granadas, granadas e rifles de assalto AK-47.
Três mil resgatadas
Em janeiro, o jornal inglês The Independent revelou que uma rede subterrânea estava operando no Iraque e na Síria, tendo libertado mais de 3.000 mulheres.
Essa “rede” é formada por civis – curdos e cristãos – juntamente com outras minorias étnicas e famílias das vítimas.
Ahmed Burjus, diretor da ONG Yazda, que trabalha na região, explica: “É um grupo formado por todas as etnias que vivem por aqui, conheço mais de cinco grupos diferentes que trabalham em colaboração. Alguns estão focados na área de Mosul, alguns em Raqqa, cada grupo trabalha em um lugar diferente”, sublinha.