O problema de hoje é que as pessoas não conseguem entender o porquê das leis. Como os fariseus nos tempos de Jesus, muitos deturpam a mensagem entretecida nas leis do Pentateuco. Ao invés de contemplarem o amor de Deus, vêem o seu rigor; no lugar da graça, contemplam rigidez. Estas pessoas trocam o cuidado pela cobrança demasiada, esquecem que a lei foi um presente e alteram o seu sentido para um jugo, uma espécie de cavalo de tróia - presente que não visa felicitá-los e sim destruí-los, - esquecem dos princípios e vêem apenas as regras. Interpretam apenas a letra da lei, não o espírito da lei.
Jesus disse que não veio para destruir a lei e sim para fazê-la cumprir. Como? Jesus entrou em choque com os fariseus que guardavam meticulosamente as regras do sábado, que não se misturavam com os “pecadores”. Confesso que durante um bom tempo tive dificuldade para entender estas palavras de Jesus. Como Jesus cumpriu os mandamentos? Jesus seguia os princípios da lei, conseguia enxergar as suas entrelinhas, discernia o espírito da mesma. A lei não era jugo para Jesus, era azeite e alívio. Jesus não se esforçava para segui-la, naturalmente, de olhos fechados caminhava por suas trilhas sem se embaraçar. Quem se atrapalhava neste caminho eram os fariseus, e não Jesus.
Por exemplo: a lei do sábado. O nosso Deus havia instituído esta lei porque enquanto os hebreus viveram no Egito trabalhavam dia e noite, sem interrupções para lazer, havia apenas pequenas pausas para o sono que logo eram interrompidas, por causa da rigidez e da sobrecarga horária dos trabalhos. O povo estava acostumado ao trabalho, não faziam corpo mole diante do batente. Só que trabalhavam sem sentir o gosto do salário. Plantavam e não colhiam os frutos do plantio, pois a colheita era para os egípcios e nesta agenda lotada de labor constante, o povo não tinha espaço para prestar culto a Deus e este foi um dos principais motivos que levou Moisés interceder pela liberdade do povo hebreu junto a Faraó: o povo precisava reservar tempo para adorar ao Senhor.
Mesmo libertos, o trabalho ainda estava impresso nas digitais do povo hebreu, eles tinham um histórico de batente, só que agora existia uma diferença, uma vez livres, eles colheriam os lauréis da faina, provariam o gosto dos salários, sentiriam o paladar do conforto e das melhores condições que poderiam ser adquiridas através do trabalho. Deste modo, eles poderiam se desgastar e ambicionando sempre mais, poderiam voltar aos costumes antigos de trabalho sem interrupções, e, destarte, tornar-se-iam extremamente materialistas. Outrossim, deve-se ter a noção que eles também deveriam separar tempo para Deus, pois o sábado além de ser o dia do descanso, deveria ser lembrado para ser santificado, isto é, o tempo gasto no sábado deveria ser cultivando um relacionamento com Deus.

O princípio da lei do sábado era o descanso. Quando Jesus cura no sábado, não desobedece à lei cujo princípio era salutar, entretanto, colide com as interpretações farisaicas que fizeram do princípio do descanso no sábado um peso insuportável para a sociedade judaica. Jesus cumpriu cada vírgula da lei! Porque conseguia enxergar os princípios da lei, não meramente as regras desprovidas de sentido.
Continuo afirmando que vejo graça na lei. Na lei dos trabalhadores que deveriam ser respeitados e nunca oprimidos, pois deste modo, os israelitas lembrariam da experiência que tiveram no Egito e agiriam de forma diferente para com seus servos (Lv 25.39-55). Até existia a lei da graça, que no sétimo ano de trabalho trazia liberdade para o escravo (Ex 21.1,2). Vejo graça na forma benevolente e afável com a qual os hebreus tratariam os órfãos, viúvas, pobres e estrangeiros (Dt 24.14-22). Em Levítico 11, leio o cardápio de Deus para o povo hebreu com restrições de alguns alimentos que não fariam bem ao organismo humano, e sabe-se que a medicina moderna confirma as recomendações saudáveis que Deus havia dado para o seu povo. Isto é graça! Deus proibiu gordura e sangue como alimentos ingeridos pelo povo de Israel, porque a gordura prejudica e danifica precocemente o corpo humano e sabe-se que a corrente sanguínea é um meio eficaz de se contrair doenças.
Nas proibições, não consigo interpretar um Deus carrasco que aponta o caminho do asceticismo para seu povo, de forma alguma. Deus os conduziu para uma terra que “mana leite e mel”, isto é uma expressão proverbial que indica a fartura de alimentos que o povo hebreu encontraria em Canaã. Deus quer que o povo viva bem, coma bem, por isto faz restrições, a semelhança de um jardineiro que poda a árvore para que ela cresça, como um médico que amputa um membro para preservar o corpo. A matemática de Deus é diminuir aqui para ganhar ali. Na matemática de Deus restringir é ganhar!
A graça não é inimiga da lei. Então porque Paulo atacou tanto a lei ao propagar a graça? Precisamos entender que a lei era provisória, foi dada aos judeus em um período específico no objetivo de formar neste povo um brasão e uma personalidade. Era um modelo-condutor redigido no propósito de oferecer ao povo recomendações que os favoreceriam. Além de interpretar erroneamente a lei, o grande problema enfrentado por Paulo era que o povo queria perpetuar algo que foi dado por Deus provisoriamente, o povo queria universalizar o que havia sido “departamentalizado” por Deus. A lei apontava o caminho da graça. O mesmo Deus que deu a lei para o povo hebreu, agora apresentava a graça para o mundo. Se o próprio Deus recomendou a graça e a própria Lei a enaltecia, quem era o homem para repudiá-la? Por este motivo, Paulo se posiciona convicto para fazer prevalecer o reinado da graça no coração dos cristãos.
O que precisamos de fato entender, é que a lei não é opositora da graça. A lei nasceu no berço da graça, foi um brinde de Deus para o povo hebreu, esculpindo assim naquela sociedade desprovida de personalidade um caráter que os diferenciaria de todos os outros povos da terra. A lei foi provisória e não perpétua. Tem sua origem na graça de Deus, portanto, serve para sublimar a graça. Martinho Lutero chegou a dizer que “A Lei descobre a doença, o evangelho dá o remédio” . A lei revela o pecado, não o remove; isto é tarefa da graça.
Jesus disse que não veio para destruir a lei e sim para fazê-la cumprir. Como? Jesus entrou em choque com os fariseus que guardavam meticulosamente as regras do sábado, que não se misturavam com os “pecadores”. Confesso que durante um bom tempo tive dificuldade para entender estas palavras de Jesus. Como Jesus cumpriu os mandamentos? Jesus seguia os princípios da lei, conseguia enxergar as suas entrelinhas, discernia o espírito da mesma. A lei não era jugo para Jesus, era azeite e alívio. Jesus não se esforçava para segui-la, naturalmente, de olhos fechados caminhava por suas trilhas sem se embaraçar. Quem se atrapalhava neste caminho eram os fariseus, e não Jesus.
Por exemplo: a lei do sábado. O nosso Deus havia instituído esta lei porque enquanto os hebreus viveram no Egito trabalhavam dia e noite, sem interrupções para lazer, havia apenas pequenas pausas para o sono que logo eram interrompidas, por causa da rigidez e da sobrecarga horária dos trabalhos. O povo estava acostumado ao trabalho, não faziam corpo mole diante do batente. Só que trabalhavam sem sentir o gosto do salário. Plantavam e não colhiam os frutos do plantio, pois a colheita era para os egípcios e nesta agenda lotada de labor constante, o povo não tinha espaço para prestar culto a Deus e este foi um dos principais motivos que levou Moisés interceder pela liberdade do povo hebreu junto a Faraó: o povo precisava reservar tempo para adorar ao Senhor.
Mesmo libertos, o trabalho ainda estava impresso nas digitais do povo hebreu, eles tinham um histórico de batente, só que agora existia uma diferença, uma vez livres, eles colheriam os lauréis da faina, provariam o gosto dos salários, sentiriam o paladar do conforto e das melhores condições que poderiam ser adquiridas através do trabalho. Deste modo, eles poderiam se desgastar e ambicionando sempre mais, poderiam voltar aos costumes antigos de trabalho sem interrupções, e, destarte, tornar-se-iam extremamente materialistas. Outrossim, deve-se ter a noção que eles também deveriam separar tempo para Deus, pois o sábado além de ser o dia do descanso, deveria ser lembrado para ser santificado, isto é, o tempo gasto no sábado deveria ser cultivando um relacionamento com Deus.

O princípio da lei do sábado era o descanso. Quando Jesus cura no sábado, não desobedece à lei cujo princípio era salutar, entretanto, colide com as interpretações farisaicas que fizeram do princípio do descanso no sábado um peso insuportável para a sociedade judaica. Jesus cumpriu cada vírgula da lei! Porque conseguia enxergar os princípios da lei, não meramente as regras desprovidas de sentido.
Continuo afirmando que vejo graça na lei. Na lei dos trabalhadores que deveriam ser respeitados e nunca oprimidos, pois deste modo, os israelitas lembrariam da experiência que tiveram no Egito e agiriam de forma diferente para com seus servos (Lv 25.39-55). Até existia a lei da graça, que no sétimo ano de trabalho trazia liberdade para o escravo (Ex 21.1,2). Vejo graça na forma benevolente e afável com a qual os hebreus tratariam os órfãos, viúvas, pobres e estrangeiros (Dt 24.14-22). Em Levítico 11, leio o cardápio de Deus para o povo hebreu com restrições de alguns alimentos que não fariam bem ao organismo humano, e sabe-se que a medicina moderna confirma as recomendações saudáveis que Deus havia dado para o seu povo. Isto é graça! Deus proibiu gordura e sangue como alimentos ingeridos pelo povo de Israel, porque a gordura prejudica e danifica precocemente o corpo humano e sabe-se que a corrente sanguínea é um meio eficaz de se contrair doenças.
Nas proibições, não consigo interpretar um Deus carrasco que aponta o caminho do asceticismo para seu povo, de forma alguma. Deus os conduziu para uma terra que “mana leite e mel”, isto é uma expressão proverbial que indica a fartura de alimentos que o povo hebreu encontraria em Canaã. Deus quer que o povo viva bem, coma bem, por isto faz restrições, a semelhança de um jardineiro que poda a árvore para que ela cresça, como um médico que amputa um membro para preservar o corpo. A matemática de Deus é diminuir aqui para ganhar ali. Na matemática de Deus restringir é ganhar!
A graça não é inimiga da lei. Então porque Paulo atacou tanto a lei ao propagar a graça? Precisamos entender que a lei era provisória, foi dada aos judeus em um período específico no objetivo de formar neste povo um brasão e uma personalidade. Era um modelo-condutor redigido no propósito de oferecer ao povo recomendações que os favoreceriam. Além de interpretar erroneamente a lei, o grande problema enfrentado por Paulo era que o povo queria perpetuar algo que foi dado por Deus provisoriamente, o povo queria universalizar o que havia sido “departamentalizado” por Deus. A lei apontava o caminho da graça. O mesmo Deus que deu a lei para o povo hebreu, agora apresentava a graça para o mundo. Se o próprio Deus recomendou a graça e a própria Lei a enaltecia, quem era o homem para repudiá-la? Por este motivo, Paulo se posiciona convicto para fazer prevalecer o reinado da graça no coração dos cristãos.
O que precisamos de fato entender, é que a lei não é opositora da graça. A lei nasceu no berço da graça, foi um brinde de Deus para o povo hebreu, esculpindo assim naquela sociedade desprovida de personalidade um caráter que os diferenciaria de todos os outros povos da terra. A lei foi provisória e não perpétua. Tem sua origem na graça de Deus, portanto, serve para sublimar a graça. Martinho Lutero chegou a dizer que “A Lei descobre a doença, o evangelho dá o remédio” . A lei revela o pecado, não o remove; isto é tarefa da graça.