Hoje, vemos que muitos querem o Jesus cantado nas nossas músicas, e pregado nos sermões eloquentes, mas poucos realmente estão dispostos a seguir Jesus de verdade. A Palavra diz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará.” (Lucas 9.23-24)As pessoas não querem se comprometer com o Evangelho, não querem negar a si mesmas, tomar a cruz e viver o que o Senhor ordenou.
Muitos gostam das pregações, dos louvores, mas quantos realmente querem se considerar mortos para o pecado? (Rm 6.11) No filme Prova de Fogo, um filme que gosto muito, o qual, a propósito, já vi várias vezes, tem uma cena que me fez pensar sobre o que as pessoas estão considerando seguir Jesus atualmente. Na cena em que o personagem de um bombeiro, que fazia uma espécie de “desafio do amor” proposto por seu pai como uma forma de salvar seu casamento, precisava encontrar-se verdadeiramente com Deus, então, seu pai mais uma vez lhe diz sobre a importância de ter Jesus, de segui-lo verdadeiramente.
O filho diz ao pai que não precisava de uma bengala, mas o pai lhe responde muito sabiamente de que Jesus é muito mais que uma bengala, que havia se tornado a parte mais importante de sua vida. E ele ainda acrescenta que, quando entendeu quem era e quem Jesus era, percebeu que precisava do perdão e da salvação Dele. As perguntas que o filho bombeiro faz são: “Por que preciso da salvação, do perdão dele?” “Vou ser mandado para o inferno porque me divorciei?” Ele disse: “Sou uma pessoa boa, eu ajudo as pessoas”. Porém, o pai afirma que Deus não julga pelos nossos padrões, mas Ele usa os Dele. A verdade, o amor, a devoção.
Talvez tenhamos tudo isso, ou às vezes refletimos isso, como responde ao filho na cena do filme. Ajudamos as pessoas, até mesmo salvamos vidas como é o caso de algumas profissões, mas a pergunta chave é: “Você ama a Deus”? O que quero dizer com isso é que existe um código de conduta de Deus que quando não é cumprido gera uma série de resultados negativos. É a consequência das escolhas. Os padrões de Deus são tão altos, que Ele considera o ódio como matar alguém e a luxúria como adultério. Por isso Ele diz, negue-se a si mesmo. É morrer para nós mesmos, para vivermos a vida de Deus em nós.
Nem sempre fazer a coisa certa significa que você está obedecendo a Deus. Você ama a Deus? Você trabalha, é uma pessoa honesta, pratica boas ações, contribui com a igreja com a ação social. Mas você ama a Deus? É alguém verdadeiramente comprometido com o Senhor? Se Jesus lhe pedisse, você largaria tudo para segui-lo, para fazer a obra dele? Ou você frequenta a igreja, ouve louvores, lê a Bíblia, mas o pecado está sempre presente na sua vida, sem que sequer sinta culpa por isso. Muitos estão usando a misericórdia, a graça e perdão como justificativas para pecar. Alguns dizem: “Deus me conhece, sabe que não consigo sair disso.” Isso é desculpa para continuar pecando; é descompromisso. Precisamos sim do perdão do Senhor, mas o fato Dele sempre nos perdoar não pode ser estratégia para continuar pecando. O pecado deve ser um acidente em nossas vidas.
Quando prometemos algo a Deus, devemos cumprir, quando há compromisso, há obediência. O pecado é algo que nos lança fora da presença do Senhor. O pecado fez com o que o homem fosse lançado fora do jardim do Éden, e ainda hoje ele nos separa de Deus. Ora, se obedecermos a Deus, os frutos dessa escolha é a vida no jardim. O preço da desobediência é a vida fora do jardim. O jardim é o útero, é o colo de Deus. Ali, somos gerados, moldados, consolados, acolhidos e preparados para o propósito Dele na vida, seguir o curso da história que Ele mesmo escreveu. No entanto, quando somos expulsos do jardim, da vontade de Deus, saímos muitas vezes do curso da história criando ramificações na vida.
Quando seguimos nossos próprios destinos, desviamos daquilo que o Senhor preparou para nós. É como uma cadeia de um composto químico que ao sofrer ramificações também se transforma em outros compostos. Assim também acontece com aqueles que desviam do caminho que o Criador traçou. Acabam se afastando do propósito, da missão a ser cumprida. Transformam-se em outras coisas, outras pessoas, indo para longe da vontade de Deus. “Se alguém quer vir após mim, tome sua cruz e siga-me”. Estamos vivendo um tempo em que muitos querem a bênção de Jesus, mas poucos querem o Jesus da bênção. Mas viver fora do jardim pode ser perigoso, o preço da desobediência pode ser alto demais.
E você, quer verdadeiramente Jesus ou apenas tudo que Ele pode lhe proporcionar? Pense nisso!
:: Nicibel Silva