sexta-feira, novembro 23, 2012

O deserto florescerá


No deserto da crise precisamos conjugar trabalho e liturgia (Gn 26.24-25). A prosperidade é resultado da diligência e da devoção. Não basta ser rico, é preciso ser próspero. Há muitas pessoas ricas profundamente infelizes. Há muitas pessoas que não possuem dinheiro, são possuídas por ele. Há muitas pessoas cujo dinheiro não é um servo, mas o dono de suas vidas.
A riqueza sem Deus é um poço de perdição. A riqueza sem Deus é um laço do inferno. Não há nada mais perigoso do que o homem pensar que é auto-suficiente. Jesus chamou de louco o homem que ajuntou muitos bens e pensou alimentar a sua alma por longos anos com coisas materiais.
Jesus contou a parábola de um homem rico e de Lázaro, mostrando com cores vivas a medonha realidade daqueles que vivem nababescamente neste mundo, bebendo todas as taças dos prazeres, banqueteando-se em festivais repletos de ostentação, sem refletir sobre o destino da sua alma e sem abrir o coração para assistir o necessitado à sua porta. O rico morreu e foi sepultado.
A morte chega para todos. A morte é a mais democrática experiência da vida. Ela não faz acepção de pessoas. Chega para grandes e pequenos, ricos e pobres, velhos e crianças, religiosos e ateus. É o sinal de igualdade na equação da vida.
O maior drama desse homem rico, contudo, não foi a sua morte, mas a sua condenação eterna. Ele foi para o inferno. Lá teve de ficar em tormento incessante, separado para sempre de qualquer possibilidade de alívio, enquanto Lázaro, o homem tomado por chagas que jazia à sua porta, morreu e foi levado pelos anjos para o Seio de Abraão, para o paraíso, onde não há dor, nem sofrimento, nem lágrimas.
Feliz é o homem que reconhece que toda a boa dádiva vem das mãos de Deus. É Deus quem nos faz prosperar. A bênção do Senhor enriquece e nela não há desgosto. Quando buscamos a Deus em primeiro lugar, ele trabalha em nosso favor, ele faz hora extra por nós e para nós. O Senhor trabalha por nós no turno da noite. Aos seus amados, ele os dá enquanto dormem. Bem-aventurado é aquele que anseia por Deus mais do que por riqueza, poder ou força. Feliz é aquele que leva Deus para o seu trabalho e traz o seu trabalho para Deus. Feliz é aquele que levanta altares para Deus no seu trabalho e faz do seu trabalho uma liturgia de adoração ao Senhor.
A Reforma do século XVI reafirmou o princípio bíblico de que toda a nossa vida é litúrgica e sagrada. No deserto devemos cavar poços e levantar altares ao Senhor. Precisamos trafegar da igreja para o nosso trabalho com a mesma devoção. Toda a nossa vida está envolta pelo sagrado. Nosso labor é santo. Nosso trabalho é santo. Nossa segunda-feira precisa ser tão cúltica quanto o culto de domingo. Se no seu escritório, no seu balcão, no seu comércio, na sua indústria, no seu campo, você não levanta altares a Deus, seu culto na igreja será vazio.
Não é correta a teologia que dicotomiza a vida em sagrado e profano. Muitas pessoas pensam que o trabalho é coisa secular, enquanto o culto na igreja é sagrado. Há pessoas que vivem essa dualidade. No trabalho agem de um jeito, e na igreja, de outro. No trabalho vale tudo, pois ali é um campo onde Deus não entra. Na igreja, contudo, essas pessoas são legalistas e aparentemente piedosas. Essa visão da vida é falsa. Antes de Deus aceitar o nosso culto, ele precisa aceitar a nossa vida. A oferta de Caim foi rejeitada porque a vida de Caim foi rejeitada. Antes do culto vem a vicia. Toda a nossa vida deve ser uma liturgia de adoração a Deus. Jesus condenou a atitude dos fariseus que eram muito espirituais no templo, mas no dia a dia roubavam das viúvas, desprezavam os pais e se julgavam melhores do que as outras pessoas.
Isaque nos ensina o princípio de que tudo na vida é sagrado. Cavar poços deve ser um ato litúrgico. Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus. Tudo o que fizermos, seja em palavra ou em ação, devemos fazer em nome de Jesus, dando graças ao Deus Pai. Devemos trafegar da nossa casa para o trabalho e do trabalho para a igreja com a mesma devoção. Todo o trabalho digno e honesto é uma liturgia de adoração ao Senhor. Precisamos, à semelhança de Isaque, erguer altares ao Senhor enquanto caminhamos, enquanto trabalhamos, enquanto estudamos, enquanto vivemos. Tudo o que somos e temos vem de Deus, e por tudo devemos dar a ele a glória devida ao seu nome.
Deus pode transformar o deserto em um pomar. A terra seca pode ser o palco de abundantes colheitas. Podemos prosperar no deserto. O Deus de Isaque é o nosso Deus. Ele continua fazendo maravilhas na vida daqueles que crêem em sua Palavra e agem de acordo com os seus preceitos.
Se você está encurralado pela crise, não desanime. Ela pode ser a porta da oportunidade que Deus colocou no seu caminho. Se a crise chegou com fúria e você está sendo sufocado sob o rolo compressor das adversidades, saiba que as mesmas mãos que fizeram os céus e a terra e controlam o universo dirigem a sua vida. Se você está sentindo o deserto abrasador ferindo os seus pés e toldando a sua visão, olhe para cima, porque do Senhor vem o refrigério para a sua vida e os caminhos de vitória para os seus passos.
A crise não é um fim. Ela é apenas um meio pelo qual Deus o conduzirá a vitórias retumbantes. Assim como o deserto não era o destino do povo de Israel, mas sim a terra prometida, a crise também vai passar na sua vida. Você está a caminho da terra prometida. Seu destino é a glória. Por pior que pareça a situação, por mais amarga que seja a caminhada, por mais duro que seja o chão que você pisa, o seu deserto florescerá.
Não desista de esperar. Não pare de sonhar. Não deixe de semear no seu deserto; invista no seu deserto pela fé. Deus fará sua lavoura florescer e frutificar milagrosamente. Plante no deserto e prepare-se para uma colheita abundante. Ponha os seus olhos em Deus, o seu coração nos princípios eternos da Palavra, seus pés na estrada da obediência, e o milagre da multiplicação no deserto se repetirá na sua vida.
Cave poços no deserto, ainda que todos lhe digam que o seu esforço será inútil. Creia no Senhor, não obstante as circunstâncias adversas. Deus lhe dará água no deserto. As fontes que foram soterradas pela corrupção dos anos voltarão a jorrar em abundância. Ande com Deus, obedeça seus conselhos e prepare-se para grandes e fartas colheitas, mesmo em tempos de crise!
Aprenda mais sobre esse assunto. Ligue: (31) 8477-0034 – Pr. Célio Fernando.
:: Hernandes Dias Lopes