segunda-feira, janeiro 23, 2012

Gentilezas


Gentilezas
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Cl 4.6.)
Aproveitei o feriado do dia quinze de agosto para fazer uma visita ao Mercado Central de BH. Eu gosto muito do Mercado, ali há uma mistura de cores, cheiros, sabores… Os sentidos são testados a cada passo, são queijos, doces, frutas, flores, pássaros, ervas , tem um pouquinho de tudo. Depois de verificar minha lista de compras e me ater a ela, para não cair em tentação, cheguei ao meu destino: a loja do mel. Então, durante um dialogo curto, porém, agradável com o vendedor que atenciosamente me servia, fomos abruptamente interrompidos por um senhor, que queria saber sobre pimenta. Bem, como o meu pedido era diverso e poderia levar algum tempo, cedi a minha vez para que ele fosse atendido primeiro.  Tentei uma aproximação amistosa com um sorriso seguido de um: – Bom dia! Que, foi respondido com um simples arquear de sobrancelhas e nem mesmo um sorriso. Ele simplesmente se posicionou a minha frente e descreveu seu pedido, conferiu, pagou, virou-se e se foi. Nem mesmo um muito obrigado. Lamentei.
Talvez não seja culpa dele tanta falta de gentilezas. Talvez ele estivesse seguindo o manual de segurança que prega que todos são suspeitos. Talvez ele seja fruto do meio. Meio amoldado pelo medo da convivência, em que todos são possíveis ameaças. Se alguém te sorri no trânsito feche os vidros, pois, pode ser um assalto. Dizer bom dia enquanto se caminha nas ruas, deixou de ser uma gentileza e responder é aceitar uma cantada… Ceder a preferência no trânsito é ser chamado de idiota é não de cavalheiro… Dizer desculpe-me, eu errei é assinar o atestado de imbecil neste tempo de levar vantagem em tudo. Com licença, por favor, pois não… Quase viraram relíquias.
E assim, vamos nos aprisionando dentro de um “emburrecimento” social.  Limitando nossa alma com cercas elétricas acionadas pela senha: “afaste-se, tenha medo de tudo.” Vivemos tão armados contra ataques que abrimos mão das gentilezas. Nas ruas, nos mercados, nas igrejas e pasmem até em casa. Não sabemos mais reagir a cortesias que é natural ou deveria ser.
Peguei minhas compras, agradeci ao simpático vendedor e saí decidida a não agir como a maioria. Decidi mudar o mundo, pelo menos o que está ao meu redor. Talvez, com sua ajuda eu consiga ou consigamos. Vamos começar?
Muito obrigada por prestar atenção ao meu desabafo!
“Assim também como eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos para que sejam salvos.” (1Co 10.33.)
:: Por Nilma Gracia Araujo
nilmaraujo@hotmail.com