quarta-feira, julho 04, 2018

Espiritualidade passa a ser disciplina na faculdade de Medicina


Nos meios acadêmico e científico, perdão e consciência vêm ganhando espaço, uma vez que estão comprovados os benefícios à saúde a quem cultiva bons sentimentos e deixa para trás rancor, mágoa e raiva. A partir desse entendimento, a disciplina optativa Medicina e Espiritualidade passou a integrar o currículo da faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.

Os professores baseiam-se na ideia de “medicina integrativa”, a partir da proposta da Carta de Ottawa. Redigida em 1986, ela conclamou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a defender um novo padrão de saúde pública. Segundo o documento, saúde não é apenas “ausência de doença”, mas consequência do bem-estar físico, psicológico, familiar, social e espiritual.

O coordenador da disciplina na UFF, José Genilson Ribeiro, explica: “Na Europa e nos Estados Unidos, cerca de 80% das faculdades já têm essa cadeira no currículo. No Brasil, ainda estamos devagar”.

Responsável pela sua implementação no ano passado, Ribeiro diz que nas aulas são trabalhados os sentimentos. “Acreditamos que a doença começa na alma, se instala no corpo físico, e que é preciso tratar o paciente de maneira integral. Não basta tratar o efeito da doença, mas os aspectos totais. Muitas pessoas têm mágoas e não conseguem perdoar. Isso as deixa presas em suas dores, o que dificulta a melhora física”, assevera.