Texto Áureo
“No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor”. Levitico 7.2
Verdade Aplicada
A culpa é um sentimento que toma conta do coração do homem por algum ato errado, mas em Cristo este sentimento é apagado.
Glossário
Expiação: Sacrifícios para arrependimento dos pecados;
Extorsão: Modo de obter algo de outrem de forma abusiva ou desonesta;
Siclo: Antiga moeda de prata dos hebreus.
Textos de Referência.
Levitico 5.15-16; 19
15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.
16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado.
19 Expiação de culpa é; certamente se fez culpada ao Senhor.
Hinos sugeridos.
36,192, 516
Introdução
Através da Sua graça Deus perdoa a todos os pecadores, desde que o homem se arrependa. Sua santidade não deixa passar nenhum pecado, mas em Cristo proveu o meio para que a Sua santidade fosse satisfeita.
1. Culpado nas coisas sagradas.
Na oferta pela culpa havia a necessidade de uma restituição, diferenciando este sacrifício dos demais. Na oferta pela culpa uma reparação é exigida por Deus, seja ela para o santuário ou para o próximo. O texto bíblico revela a necessidade de uma reparação: “Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas...” (Lv 5.16).
1.1. Pecando por ignorância nas coisas sagradas.
Pecar por ignorância é cometer um delito, mas não ter a certeza total que cometeu um pecado. Para que não tivesse dúvida em sua consciência, traria o que foi exigido por Deus para alcançar a paz acerca dessa questão. O animal era estimado pelo sacerdote conforme o ciclo do santuário. O siclo do santuário equivale a vinte óbolos (Êx 30.13). Um óbolo equivale a 0,57 gramas de prata. Depois de avaliado o animal era oferecido como expiação para perdão do pecado. Era acrescentado na restituição o valor de vinte por cento. Esses eram os direitos que estavam ligados às coisas sagradas de Deus.
1.2. Pecando e obrando contra algum de todos os mandamentos.
A não obediência a um mandamento do Senhor, mesmo que seja por não conhecer o mandamento, não torna a pessoa inocente (Lv 5.17). Este fato nos ensina que somente Deus tem a capacidade para avaliar o que é certo e o que é errado. O homem não tem esta capacidade e mesmo assim pensa ter. Quantos hoje estão guiando a sua vida pelo “eu acho que isto é certo”, “eu acho que isto não tem problema”, ou “todo mundo está fazendo, eu posso fazer também”? Para agradar a Deus, devemos fazer o que Ele estabelece.
1.3. Restituição perante o Senhor.
No ritual o transgressor confessava o pecado, restituía o valor envolvido, pagando um acréscimo de um quinto (vinte por cento) em siclos de prata, e sacrificava um carneiro ao Senhor (Lv 5.15-16). A essência é a obra da expiação realizada para perdão do pecado do ofensor à lei de Deus. Essa obra de expiação pelo pecado do homem foi realizada por Jesus, que derramou o Seu sangue inocente para atender à justiça de Deus. O escritor aos Hebreus afirma: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9.22).
2. Culpado negando ao seu próximo.
Ofensas causadas às pessoas em questões de bens pessoais ofendem a lei de Deus, que deixa de forma bem clara como deve ser o relacionamento com o próximo (Lv 19.18). Jesus foi enfático a respeito desse mandamento no Seu ministério (Mt 22.39), e também os apóstolos (1Jo 4.20).
2.1. Prejuízos causados ao próximo.
As instruções do Senhor também tratavam acerca dos prejuízos causados ao próximo em questões de propriedades que dizem respeito ao logro (algo que alguém deixou em depósito de outrem), roubo, ou ganho injusto por extorsão (agiota). A não devolução de algo achado quando se conhece o dono e outras semelhantes são situações mais próximas de atos de pecados conscientes e voluntariosos que precisavam ser confessados para que se tornassem conhecidos (Lv 6.1-7). Essas ações eram puníveis (Êx 22.7-13), pois pecar contra o próximo, dentro do concerto dado por Deus ao povo de Israel, era pecar contra o próprio Deus.
2.2. Reparando o dano.
No pecado contra o próximo era necessário primeiro fazer a reparação do dano para poder depois trazer a oferta perante o altar. A Palavra de Deus não se contradiz, por isso Jesus ensinou aos Seus discípulos que antes da oferta o dano deve ser reparado (Mt 5.23-24). O transgressor, antes que pudesse ser perdoado, deveria fazer a restituição apropriada. A penalidade visava inculcar nos transgressores a importância da honestidade e responsabilidade no convívio social. Trazer a oferta, mas não restituir ao próximo não expiaria o pecado do transgressor. Há situações que não basta apenas orar, é preciso antes pagar o que se deve.
2.3. A necessidade da oferta pela culpa.
Quando Jesus purificou os leprosos, mandou que eles se apresentassem ao sacerdote (Mt 8.4; Lc 17.14), porque havia a necessidade de oferecer a oferta pela culpa para que os mesmos fossem declarados limpos. Jesus veio para cumprir a lei, e, se era essa a exigência da lei, precisava que fosse cumprida. A profanação do nazireado também exigia a expiação da culpa: “Então separará os dias do seu nazireado ao Senhor, e para expiação da culpa trará um cordeiro de um ano” (Nm 6.12).
3. A lei da expiação da culpa.
A lei da expiação da culpa, assim como a lei da expiação do pecado, estabelecia que o sacrifício poderia ser comido pelo sacerdote. Para tocar nessas ofertas deveria ser santo (Lv 6.27). Da mesma forma, todos os que estão unidos a Cristo Jesus, pela fé, são santos.
3.1. Uma mesma lei.
A Palavra de Deus afirma que assim como era a lei da expiação do pecado, assim também seria a lei da expiação da culpa (Lv 7.7). Esses dois sacrifícios apresentam a santidade de Cristo de maneira enfática. Essa era uma oferta que todo homem de família sacerdotal estava autorizado a comer (Lv 7.6), mas deveria consumir em local sagrado, pois era uma oferta santíssima (Lv 6.29). A exigência feita pelo Senhor é que estivesse limpo para poder comer (Nm 18.11).
3.2. Fartura no lar.
A responsabilidade no Antigo Testamento de ensinar a Palavra de Deus ao povo estava sob a incumbência dos sacerdotes e levitas (2Cr 17.7-8). Já em casa, essa responsabilidade era dos pais (Dt 6.7). Um povo mais esclarecido traria mais oferta, pois teria maior conhecimento da lei e, evidentemente, de suas transgressões; um povo com pouco conhecimento nem saberia que havia desobedecido a lei. A fartura sobre o altar estava ligada diretamente ao conhecimento que o povo tivesse da lei. Quanto mais ensino, mais fartura para o sacerdote. Boca aberta ensinando a Palavra de Deus, provisão pelos sacrifícios trazidos ao santuário.
3.3. Gordura e sangue para o Senhor.
Todo o sangue e toda a gordura deveriam ser oferecidos ao Senhor, sendo proibido ao homem comê-los (Lv 7.2-3). Isso deveria ocorrer em todos os sacrifícios nos quais animais eram oferecidos sobre o altar. Na dieta do povo de Israel eram elementos proibidos: “Estatuto perpétuo será nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura, nem sangue algum comereis.” (Lv 3.17). No Novo Testamento, a carne ritualmente impura, de animais sufocados e o sangue foram proibidos no primeiro concílio da Igreja (At 15.20).
Conclusão.
Os tipos do Antigo Testamento nos ajudam a entender a dimensão do sacrifício de Jesus Cristo realizado na cruz do Calvário. Como atendeu a exigência da santidade de Deus e como alcançou o homem no seu estado miserável de pecado e como o alçou até a presença do glorioso Deus.
Questionário.
1. Quem realizou a obra de expiação pelo pecado do homem?
R: Jesus (Hb 9.22).
2. No pecado contra o próximo, o que é necessário?
R: Primeiro fazer a reparação do dano para poder depois trazer a oferta perante o altar (Mt 5.23-24).
3. O que a profanação do nazireado exigia?
R: A expiação da culpa (Nm 6.12).
4. De quem era a responsabilidade no Antigo Testamento de ensinar a Palavra de Deus ao povo?
R: Dos sacerdotes e levitas (2Cr 17.7-8).
5. Na dieta do povo de Israel, quais elementos eram proibidos?
R: Gordura e sangue (Lv 3.17).
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