segunda-feira, setembro 04, 2017

Os males do mundo não são frutos das escolhas de Deus


“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mateus 6.13)

A fé cristã tem na ideia de reino a imagem do que significa a vida de comunhão e adoração a Deus. Tanto a comunhão como a adoração não podem ser produzidas por liturgias. É o contrário: o significado das atividades de uma igreja e a possibilidade de que sua liturgia e seus cânticos adorem a Deus dependem do compromisso que nossa vida revela com o Reino. A comunhão e a adoração são definidas pelo modo como vivemos, por nossas prioridades, por nossas ações e escolhas. Nós somos o templo da adoração e somos o lugar da obra de Deus. Na medida que Deus avança na realização de Sua obra em nós, somos parte da Sua obra ao redor de nós.

Não podemos nos juntar a Deus no que Ele está fazendo se não nos submetemos, nos rendemos e cremos no que Ele quer fazer em nós. Do Senhor é o Reino, o poder e a glória para sempre é uma declaração que precisa ser materializada em nossa vida. Se é do Senhor tudo isso, então precisamos aprender a viver sendo mordomos do que pertence a Deus. Pois dele é tudo isso. A chegada do Reino até nós significa que Deus chegou para estabelecer Seus padrões e perspectivas. O mundo não funciona como Deus deseja. Os males do mundo não são frutos das escolhas de Deus. Ele veio a nós com Seu Reino e agora temos outra opção. Podemos aprender uma nova vida. É infantilidade pensar que o caminho da maturidade cristã é saber muito da Bíblia, ter muito tempo de igreja e estar devidamente harmonizado com “nosso mundo cristão”.

O caminho da maturidade cristã é muito mais desafiador. Envolve uma profunda transformação em nosso modo de ver a vida e de vivê-la. É uma jornada às vezes bem lenta e não poucas vezes marcada por desconstruções. Muda-se a compreensão que tínhamos de nós mesmos e da vida. E assim nossas ações e prioridades mudam. De dentro para fora, tudo que somos e que nos pertence vai sendo incluído no Reino e passa a estar sujeito à vontade daquele a quem pertence o Reino. Obedece-lo passa a ser um desafio diário. Tudo isso acontece sob as investidas do mal, sob a pressão de um mundo que caminha em outra direção e cada vez menos compreende que há um Reino ofertado a nós. Precisamos continuar orando a oração de Jesus. E na medida em que a pronunciamos precisamos encarna-la. É assim que se vive no Reino e se é cristão!

ucs