terça-feira, agosto 01, 2017

Jesus nos contradiz em nossos sonhos de grandeza e poder


“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mateus 28.18)

O Evangelho de João declara que no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era o próprio Deus (Jo 1.1). E este Verbo encarnou-se (Jo 1.14). Se fez um de nós. E entre nós fragilizou-se. Se fez menor que os anjos e foi entre nós um homem de dores. Isaías diz que Ele foi um homem “familiarizado com o sofrimento” (Is 53.3) e sem atrativo algum, sem beleza. Diz o profeta que não havia  “nada em sua aparência para que o desejássemos”(Is 53.2) Nenhum de nós o invejaria! Mas ali estava o dono de tudo. O Senhor de todos os senhores e o Rei acima de todos os reis. Ele sabia quem era, mas por amor fez-se alguém que ocultava toda a sua grandeza. Ele jamais foi impotente, indefeso ou incapaz.

Em João 13, quando os discípulos estavam preocupados sobre quem deles era o mais importante, diz o texto que “Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder” (v.3). Todavia, o que Ele fez? Pegou uma bacia com água e uma toalha e lavou os pés dos seus discípulos. O poder e grandeza de Jesus são de natureza completamente diferentes do poder e grandeza que ocupa o mundo e o imaginário humano. É um poder e grandeza que orienta-se ao serviço, ao cuidado, ao amor. Em Sua grandeza e poder, Deus amou os pecadores em lugar de exterminá-los. E amou tanto que enviou Jesus. E Jesus nos confunde, pois nos contradiz em nossos sonhos de grandeza e poder.

Após Sua ressurreição Jesus reuniu os discípulos e os enviou. Eles poderiam ir sem medo, pois estavam saindo para cumprir a ordem dada por quem tem toda a autoridade nos céus e na terra. É essa a autoridade cristã: a autoridade de Jesus. Ela não nos confere poder sobre as pessoas e muito menos tem o sentido de nos fazer grandes, pessoas que se consideram dignas de honra e tratamentos diferenciados. É a autoridade de quem pode dizer aos outros que há perdão para os pecados que cometeram que são amados e pela graça recebidos com filhos de Deus. A autoridade para proclamar liberdade aos cativos e libertação aos oprimidos. Que Deus nos livre do outro tipo de poder que ronda o ambiente religioso. Que sejamos corajosos, fortalecidos pelo poder de Cristo. Que sejamos servos, crentes, confiantes: pecadores podem ser perdoados! Ninguém precisa ficar de fora!

ucs