“Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.”(Lucas 7.44)
Simão via uma grande diferença entre ele e a mulher que se lançou aos pés de Jesus. E de fato essa diferença existia. Porém, não era exatamente a diferença que Simão tenha em mente. Ele só tinha olhos para ver os pecados daquela mulher e pouca vida de sua devoção, amor e gratidão. Simão também era cego para suas próprias maldades e pecados. Quanto a Jesus, apesar ter oferecido um jantar, Simão não o via como o Messias. E a chegada daquela mulher confirmou suas desconfianças: "Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’.” (Lc 7.39) Simão não era o grande homem que julgava ser. E quanto a mulher a quem julgava tão duramente, não foi capaz nem mesmo de igualar-se a ela em seu encontro com Jesus.
Com que frequência olhamos para os outros e os julgamos por seus erros, por seus pecados, e os condenamos? E as vezes até por sua aparência? E com que frequência olhamos para nós mesmos e somos capazes de perceber nossas próprias fraquezas e pecados, e nos humilhamos? Como nos ensinou Jesus, de que forma poderemos ajudar nosso irmão a tirar o cisco que está em seu olho, se nada fazemos para remover a trave que se encontra no nosso? Se agirmos como nos orientou Jesus, após tirar a trave do nosso próprio olho, trataremos com muito amor e bondade qualquer um que nos pareça ter um cisco no olho! Porém temos problemas para julgar o que seria uma trave e o que seria um cisco! Normalmente é uma questão de em que olho está. Se for no meu, é cisco. Se for no seu, é trave. Mas Jesus propõe-nos o contrário: a trave é sempre o que está no nosso e é cisco, o que está no olho do nosso irmão!
Jesus decidiu explicar a Simão como Ele via toda aquela situação. E então comparou as atitudes da pecadora com as atitudes do fariseu. A mulher mostrou gratidão, amor, cuidado e deu o melhor que tinha. Simão nem mesmo educado foi e lhe faltou até mesmo alguma cortesia com seu convidado. A mulher sentia-se grata por ter sido perdoada. Simão ignorava sua própria necessidade de perdão. O texto não nos permite saber o que tudo aquilo produziu em Simão, mas o produzirá em nós? Pecadores não devem julgar um ao outro. Pecadores devem unir-se para agradecer e adorar. Se reconhecermos o que Cristo fez por nós, isso se revelará no que ofereceremos a Ele e também no modo como tratamos uns aos outros. Entre Simão e a pecadora, imite a pecadora.
ucs