terça-feira, outubro 27, 2015

O perigo de assumir dívidas de terceiros


Vivemos tempos de crise; sobretudo, financeira, o que é manchete diária nos noticiários. Este é um dos assuntos que tem deixado milhares de pessoas preocupadas e depressivas. É interessante destacar que a Bíblia fala muito sobre finanças e, inclusive, o próprio Jesus falou muito sobre este tema.
Quantas advertências estão explícitas na Bíblia sobre o dinheiro. É verdade que alguns sabem administrar suas finanças de modo equilibrado, mas existem pessoas que tem tido amargas experiências em relação às suas finanças. J.C. Ryle certa vez mencionou: “Dois terços de todas as lutas, brigas e processos judiciais no mundo originam-se de uma simples causa: dinheiro!”. Diante desta reflexão exposta por Ryle, existe um agravante que muitos ainda não perceberam: o risco em ser avalista de terceiros.
Quem assume a dívida de outrem, tem que ter condições legais e estar disposto a arcar com o ônus, caso não haja cumprimento no pagamento. Será que um avalista tem consciência plena das prováveis consequências que poderão surgir? A Bíblia sugere que quem se propõe a ser avalista, sofrerá males. “Quem fica por fiador de outrem sofrerá males, mas o que foge de o ser estará seguro” (Provérbios 11:15). E mais: “O homem sem juízo com um aperto de mãos se compromete e se torna fiador do seu próximo” (Provérbios 17.18).
Resumindo: Se você quer ter paz, fuja desta prática. Tenha sabedoria, pois mediante a instabilidade financeira em que estamos vivendo, já é difícil controlar e quitar nossos compromissos financeiros pessoais e familiares, quanto mais assumir dívidas de terceiros. Precisamos trabalhar com probabilidades. Quem garante que teremos condições para pagar as dívidas de outra pessoa, caso dê algo errado? Quem garante que amanhã estaremos empregados? Há um ditado que diz: “O seguro morreu de velho”.
Há alguns anos houve uma campanha feita pela W/Brasil, veiculado pelo portal de notícias da Globo, com o seguinte slogan: “Saiba Antes”. Neste filme de apenas 90 segundos, são tratados os resultados positivos que os homens teriam em suas vidas se obtivessem informações precisas importantes antes de agirem. “Se o homem soubesse que choveria, ele não se molharia. Se soubesse antes que seu time perderia, ele não torceria tanto. Se soubesse antes que o petróleo acabaria, ele andaria mais de bicicleta. Se soubesse antes que as guerras matariam tanto, talvez ele nem tivesse descoberto a pólvora. Se o homem soubesse tudo antes, ele sofreria menos, viveria melhor, sonharia mais…” Pois é, e ainda que o homem fique a par de algumas coisas e saiba de suas consequências negativas, muitas vezes prefere arriscar-se.
Hernandes Dias Lopes recomenda: “Não podemos comprometer o sustento e a estabilidade financeira da nossa família para assegurar os negócios arriscados daqueles que nos pedem um aval. Fuja de ser avalista. Esse é um caminho escorregadio, e o fim dessa linha é o desgosto”.
A situação parece ser ainda mais difícil quando se trata em ser fiador de parentes próximos. Para eles temos dificuldade em dizer não. Esteja pronto para lidar tanto com as responsabilidades quanto irresponsabilidades de terceiros, ainda que seja alguém da própria família. Seja prudente, esse assunto não tem a ver com generosidade; mas, sim, com realidade.
 :: Ademir Almeida