quinta-feira, junho 18, 2015

Criação ou acaso?


A vida natural é muito complexa e maravilhosa. Tudo que conhecemos na natureza está organizado em sistemas. Todo sistema nos faz pressupor uma inteligência que lhe é subjacente, superior e anterior. Algum sistema extraordinário e eficaz surge sozinho, sem uma inteligência que o tenha desenvolvido?
Desde o átomo até as galáxias, nota-se funcionalidade, beleza estética e organização matemática. O cosmos funciona como um belo relógio analógico, marcando a marcha do tempo. O universo é regido por leis, como testemunho da existência de um legislador.
A posição do nosso planeta no sistema solar é perfeita, variando dentro de uma margem de segurança que parece ter sido calculada. Se estivesse um pouco mais longe do sol, tudo aqui seria congelado; se estivesse mais perto, tudo se queimaria.
A existência da vida na terra depende da combinação de inúmeros fatores que vão dos átomos aos elementos mais complexos e astros distantes. A falta do sol ou da água bastaria para inviabilizar a vida. Há quem diga que todos esses fatores foram reunidos por mera coincidência. Porém, mesmo se fosse possível reunir, por acaso, todas as condições para a vida, isso não garantiria seu surgimento. Aquário com água não cria o peixe.
Nota-se propósito nas coisas criadas. Cada elemento existe para algum outro. Os olhos existem para a luz; os pulmões, para o ar; os ouvidos, para o som. Estas relações tão perfeitas e complexas seriam casuais ou uma coisa foi criada para a outra? Seria o som capaz de provocar o aparecimento do ouvido? E ainda que fosse possível, precisaria ainda produzir um cérebro para interpretar as ondas sonoras, sentir, decidir e responder. Nenhum processo evolutivo explica a relação entre estes elementos, mas tudo se encaixa no conceito criacionista.
O acaso tende, não para um aperfeiçoamento constante, mas para o caos. Se deixarmos que as coisas ao nosso redor cuidem de si mesmas, elas ficarão melhores? Seria uma atitude contrária à inteligência. O empenho humano tem sido sempre no sentido de planejar, pois não confiamos na casualidade.
Todos os sistemas do nosso corpo são extraordinários. Seu funcionamento é sofisticado e integrado: cada um serve de suporte aos demais. O que seria do sistema respiratório sem o nervoso? O que seria do sistema circulatório sem o digestivo? A relação entre os sistemas é muito avançada e perfeita para ser considerada acidental.
Um dos sistemas mais admiráveis é o imunológico, que cuida da defesa do organismo. Ele não parece ter sido planejado? Sua ausência colocaria tudo a perder. Além disso, ele não é estático, mas capaz de “aprender” o seu papel dinamicamente.
Outro sistema incrível é o reprodutor. O DNA contém toda a informação para o surgimento de um ser semelhante, um descendente. Não seria esta a forma mais perfeita e impressionante de planejamento e projeto? Poderia ser um tipo de codificação casual e autorreplicante? É preciso muita fé para acreditar nisso. É mais fácil crer no Criador.
A existência de macho e fêmea, feitos um para o outro, também parece resultado de um plano consciente e não obra do acaso. A perpetuação das espécies parece ter sido planejada antes de começar. E a reprodução humana não é apenas uma questão física, mas também psicológica. Poderia haver macho e fêmea e cada um viver sua vida e fim da história, mas o plano supremo inclui a atração e o amor.
O corpo humano apresenta a mais avançada tecnologia de que se tem notícia. É uma máquina que impressiona pelo design, estrutura e funcionalidade, contando com fluxo de energia, lubrificação, transmissão de comandos cerebrais, controle de temperatura, auto-locomoção, capacidade de percepção e integração ao meio ambiente, comunicação, crescimento, reprodução e desligamento automático. Não parece ter sido projetado e criado?
É também notável que a nossa existência siga uma programação: nascemos, crescemos, amadurecemos, reproduzimos e morremos. Em virtude do livre-arbítrio interferimos de alguma forma nesta sequência, tentando prolongar a vida ou antecipar a morte. Contudo, a programação existe. Nós não a fizemos. Logo, ela se torna mais um testemunho daquela inteligência superior, do supremo Criador.
O ser humano vai além do aspecto físico e biológico, alcançando uma dimensão moral que os animais não possuem. Inventamos a moralidade? As questões éticas também apontam para um ser superior, a quem chamamos Deus, possuidor original dos valores que preservam a vida.
Estamos rodeados pelos milagres divinos. São maravilhas surpreendentes e insondáveis. Diante delas, o que é a ciência? O enorme esforço do homem para compreender pelo menos um pouco da infinita obra de Deus.
::Pr. Anísio Renato de Andrade