O governo inglês aprovou uma lei que permite a geração de embriões com DNAs de três pessoas diferentes. A ideia é impedir que mutações genéticas sejam transmitidas para os filhos usando o DNA de uma terceira pessoa para que a criança nasça saudável.
O procedimento é todo feito em laboratório através da reprodução assistida, mas o que é um avanço para a medicina tem se tornado um grande problema para filósofos e pesquisadores que comparam a técnica com o chamado transumanismo.
O transumanismo visa aplicar procedimentos científicos como essa técnica aprovada na Inglaterra para aumentar as capacidades físicas, intelectuais e até emocionais dos seres humanos.
Acontece que a filosofia de transumanidade tem aspectos semelhantes com a eugenia do século 20, uma prática científica e política que serviu de base para o nazismo. Na eugenia da Alemanha do século passado a busca pelos “melhores” genes fizeram com que milhares de pessoas fossem mortas para eliminar as “características indesejáveis”.
É com medo que esse processo volte a ser pregado que a diretora do Centro para a Genética e Sociedade (CGS), Marcy Darnovsky, se posiciona contra essa decisão da Inglaterra.
“Se essas modificações forem aprovadas, é possível – e até provável – que a dinâmica social e comercial leve a esforços para produzir seres humanos ‘melhorados’. Isso está bem próximo da definição clássica de eugenia. Nós podemos nos ver em um mundo onde tipos inteiramente novos de desigualdade serão trazidos à existência.”
Mas entre os defensores da transhumanidade a comparação com a eugenia não é ruim. “Ao mesmo tempo em que a eugenia promovia esterilizações da população, ela também defendia melhoras em sua assistência médica”, diz Steve Fuller, professor da Universidade de Warnick, na Inglaterra, e autor de dois livros Humanidade 2.0 e O Imperativo Proativo (inéditos em português).
Outros filósofos, porém, como o americano Francis Fukuyama e o alemão Jurgen Habermas consideram a transhumanidade como ideias que ameaçam a democracia através da manipulação genética de embriões.
Apesar de não tratar sobre a transhumanidade, a decisão inglesa é um passo para a aplicação desses testes que buscam transformar a humanidade através de manipulações científicas.
Com informações Veja