Certa vez, após um longo dia de estudos, entrei em uma “Vendinha” que funcionava na esquina da minha antiga casa para comprar refrigerante. Costumava passar ali sempre com este mesmo fim, já que era o estabelecimento mais próximo de onde morava. Inclusive, passei a conhecer o dono; “Seu Chico” era como o chamavam. Logo disse a ele, “Oi! Como o senhor está?”, e demos início ao diálogo de sempre.
De repente, um homem que estava na mesa ao lado se levantou e me perguntou “Você é crente?”. “Sim, mas minha igreja é daquelas que permitem calça”, achando que tinha pensado isso ao ver o vestido longo que eu estava usando. “Não é por causa disso que percebi que era cristã. É porque você é muito educada”, respondeu ele, se referindo ao modo como eu tratava Seu Chico.
“Você é crente?” – creio que todo evangélico já ouviu essa pergunta alguma vez na vida. Geralmente este questionamento vem de alguém não cristão, e pode ter dois significados: “Nunca iria imaginar que você era cristão” ou “Já tinha percebido pela suas ações”. As pessoas nos observam em todo o tempo, em todo lugar. Podemos pensar que o jeito como agimos não interfere na vida de ninguém, mas quando nos tornamos cristãos, nossas ações não dizem mais respeito apenas a nossa reputação e caráter, mas à reputação e caráter de Jesus.
O evangelho vivido traz muito mais impacto do que apenas pregado. Como podemos pregar eficazmente uma mensagem que não compreendemos ao ponto de praticá-la? E como dizer aos não cristãos que eles precisam ter Jesus em suas vidas, se com nossas ações não demonstramos a bondade e a santidade do Senhor? O caráter de Deus em nós deve ser algo evidente.
O exemplo que dei parece bobo, mas em uma dessas situações mínimas, das quais eu também não daria tanta importância, foi que uma vendedora, que conheci ao comprar em uma loja, se converteu. Nunca tinha dito a ela que precisava “aceitar Jesus”; apenas conversamos bastante. Um dia, estava passando pela rua, e ela saiu da loja, me parou e disse: “Hoje tem culto na sua igreja? Eu quero ir!”. Depois de algum tempo, ela confessou a Cristo como salvador.
Muitas vezes nos preocupamos em apenas pregar o evangelho, mas na verdade, se nos preocuparmos primeiramente em vivê-lo, a mensagem de Cristo será pregada 24 horas por nossos atos. Talvez o ímpio nunca tenha aberto a Bíblia e nem mesmo pensa nisso, mas se passarmos a praticar o que Jesus ensina, eles lerão por meio de nós. Pregue com palavras, mas não se esqueça de pregar com sua vida.
“Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.13-16).
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:: Natália Celle