Está todo mundo vivendo com medo, inclusive eu. Não consigo mais sair de casa sem ficar de olho em quem passa ao meu lado. “Será que ele vai tentar me assaltar?” Parar e arriscar ajudar um motorista em plena noite de domingo, é raro. Não sei se encaro ou se olho para o lado fingindo que não vi ninguém. Mas, o que sei é que, o tempo inteiro, clamo a proteção do sangue de Jesus.
Lembro-me que, na década de 1990, saia com minha mãe para fazer compras e as pessoas nos cumprimentavam pelas ruas, sem se quer nos conhecer. Mas, lembro dessa época passar muito rápido, e chegar ao que vivemos hoje: desconfiança e individualidade por conta da violência.
O número de assaltos, homicídios, vinganças e até mesmo separações cresceu desde então. O Mapa da Violência 2010, criado pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça, aponta que 47,2% dos brasileiros não se sentem seguros na cidade em que moram, 7,3% foram vítimas de roubo ou furto e 1,6% sofreram agressão física. E para quem pensa que morar no interior pode ser a solução para ficar longe da violência da “cidade grande” a pesquisa revela que no interior do país o número de homicídios elevou-se. Para completar, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) o Brasil tem o terceiro maior índice de homicídios da América Latina.
A mídia tem se comprometido em mostrar a fundo o porquê de tanto medo. Aumentaram o número de programas policiais e notícias sobre o que acontece, por exemplo, nas periferias do Rio de Janeiro. Tanto que até mesmo ela tem se deparado com a aflição de um “fogo cruzado” e a realidade da violência. E depois de tantas operações ao lado da polícia, foi surpreendida com a morte de um cinegrafista da Band – o que era óbvio que aconteceria, mais cedo ou mais tarde.
O medo faz parte do cotidiano, ele “vende” jornal e consegue muito ibope também. O problema é que ele não é mais um seriado policial que será encaixado na grade de programação das emissoras, é vida real. Na ficção a violência é sempre superada pelo final feliz, na realidade quase nunca. O cinegrafista Gelson Domingos da Silva, 46 anos, até avisou que os criminosos estavam bem perto, mas, talvez lhe faltou coragem para optar por sua vida, ao invés das imagens fortes. O armamento dos criminosos surpreende a cada dia. Tanto que Gelson foi atingido por um único tiro de fuzil e no resgate já estava sem vida.
Quem não se agarra em Deus corre o risco de viver sob tensão e constantes crises de pânico. Quem segura na mão Dele, porém, confia na promessa: “Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.” (Salmos 91.7.) É necessário vigiar, pois, o ladrão não avisa que horas vai assaltar, e mesmo em casa, devemos lembrar que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” (Salmos 127.1.)
Dessa forma, lembro a mim mesma e a você, que vive com medo da violência, que há segurança em Jesus e debaixo de “suas asas”, pois o verdadeiro amor lança fora todo o medo. E principalmente “porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” (2 Timóteo 1.7.) Superemos nossos medos e tenhamos ousadia para viver e reconhecer os livramentos de Deus em nossa trajetória de vida.
Stephanie Zanandrais
