Eu amava quando meu pai me levava de um lado para o
outro no pescoço dele. Do alto a visão era privilegiada. Mas fui
crescendo, senti vergonha, quis ser independente e caminhar sozinho! Os
tombos eram inevitáveis, mas o meu pai, claro, sempre estava por perto e
prontamente me colocava de pé outra vez. Mas fui crescendo, e mesmo
caído tive vergonha, quis ser independente e me levantar sozinho!
Quando
a gente ia pra uma cidade grande segurava a mão dele na hora de
atravessar a rua. Tinha medo dos acidentes. Mas fui crescendo, senti
vergonha, quis ser independente e me livrar do perigo sozinho!
Na
escola tudo era novo e estranho. Chorei e por muitas vezes desejei
ficar em casa. Para me incentivar, meu pai me levava até a sala de aula e
fazia questão de me ensinar o que ele sabia. Mas fui crescendo, senti
vergonha, quis ser independente e aprender sozinho!
Nos fins
de semana amava passear com meu pai. A gente ia pra praça durante à
noite, comia pipoca e comprava balões de ar. Mas fui crescendo, senti
vergonha, quis ser independente e me divertir sozinho!
Como
qualquer adolescente, sonhei em crescer rápido, completar dezoito anos,
tirar a carteira de habilitação, ser maior de idade e totalmente
“independente”!
Por que buscamos tanto essa independência? O pior é que também agimos assim com Deus.
Quando
foi que você achou que poderia caminhar e chegar ao alto sozinho? Você
acredita mesmo que não precisa do Pai para te levantar quando está
prostrado diante dos problemas da vida? Você realmente acha que a mão
forte Dele não é necessária para te livrar do mal? Será que você já sabe
tudo para recusar o ensinamento Dele? É mesmo possível ter alegria,
satisfação e se divertir sem a presença do Pai? O que te faz pensar que
pode viver longe só porque acredita ser independente?
Hoje
aprendi o verdadeiro sentido do crescimento. Grandes não são aqueles
que acreditam poder tudo sozinhos. Maiores são os que não se envergonham
de admitir a dependência!
::Juliano Matos
jornalista e palestrante
julianomatos@gpsdavida.com.br