sexta-feira, maio 20, 2011

O silêncio de Deus


“Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto; E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis” (João 11.15)

Falamos antes que o silêncio de Deus tem um propósito e que não significa falta de amor. Hoje quero repartir com os irmãos a terceira lição que aprendi: ele amadurece a nossa fé.

Em Rm 8.24 lemos que “a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?" O dicionário traz significados impressionantes para a palavra esperança: 1. Disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa há de se realizar ou suceder. 2. Expectativa. 3. Coisa que se espera. 4. Confiança. Em resumo, ter esperança é praticar a fé! É pedir algo a Deus e aguardar a resposta firmado na perfeição da Sua vontade! Conforme declara o salmista: “Firme está o meu coração, oh Deus” (Sl 57.7).

Outra versão para o mesmo versículo diz: "Preparado está o meu coração, ó Deus... cantarei, e darei louvores."  (Salmo 57.7). O Salmo 57 é um clamor desesperado de alguém vivendo uma calamidade. E dentro deste contexto de provação, Davi declara que o seu coração estava preparado para vivenciar toda aquela experiência dolorosa adorando a Deus. E para sair dela vitorioso, pois o Deus Altíssimo a quem ele clama tudo pode executar em favor dele (v2).

Você pode estar pensando: muito bonito, mas difícil de viver. Com certeza não é fácil alcançar esse coração preparado para as provações! Somos um “povo de fé” que precisa aprender muito ainda sobre fé! Precisamos aprender que respostas imediatas alegram muito, mas ensinam pouco. Entenda-me bem: eu quero receber respostas imediatas todas as vezes que oro a Deus! Mas ao longo dos anos tenho aprendido a colocar meu coração nas mãos dele, para que trabalhe em mim enquanto passo pela espera. Nada como o silêncio de Deus para fazer da minha fé raquítica uma fé bem forte!

Marta pode nos ensinar sobre isso. Ela teve sua fé profundamente provada durante o silêncio de Deus. A história começa com seu irmão adoecendo (João 11.1), ela pedindo ajuda a Jesus (v3) e não sendo prontamente atendida (v 6). Uma jornada espiritual de alguns dias que tem seu ápice num ambiente de derrota decretada. Afinal, quando Jesus chega, Lázaro já está falecido há quatro dias (v 17)! Mesmo assim, Marta vai imediatamente ao seu encontro (v 20).

Muitos consideram Marta um exemplo de ativismo e de frieza por ela não expressar suas emoções como sua irmã Maria. Mas esse texto mostra uma Marta muito madura em sua fé. Em momento algum percebemos nela revolta, perda da fé ou ressentimento por Jesus ter “demorado” a atendê-los. Pelo contrário, se por um lado ela lamenta a morte (v21), por outro declara saber que uma vez Jesus presente na situação, nada estava perdido: “Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá” (v 21). E é ela quem recebe a promessa de uma vitória sobrenatural: “Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” (v 40).

Amados, eu sei que o silêncio de Deus é como comida de hospital: sabor ruim, por vezes difícil de engolir, porém sabemos que a comida de hospital é feita de acordo com as necessidades do paciente e coopera com sua restauração. Espiritualmente é a mesma coisa. O silêncio de Deus é necessário para o seu amadurecimento. Se você vencer esta etapa de pé, nada mais o derrubará.

Já que não temos como fugir de provações, que ao menos passemos por elas aprendendo o que Deus tem a nos ensinar. Tem que valer a pena, povo de Deus! Quando não amadurecemos, o deserto demora mais. Israel é prova disso!

Pense nisso! Enquanto Jesus não ressuscita teu Lázaro, deixe-O trabalhar em seu coração, aperfeiçoando sua fé.

Carinhosamente em Cristo,
::Thais Monteiro Brum