“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” (Salmos 42.5-6)
Em meio às crises que nos abatem, há momentos que precisamos conversar seriamente conosco mesmos. Orientar a própria alma. Precisamos sair do lugar de passividade, de vítima. Precisamos enxergar saídas e para isso precisamos erguer os olhos, levantar a cabeça. Não é necessário dizer que isso é difícil. Cada um de nós sabe o quanto. Mas precisamos agir. Essa é uma das lições que o salmista nos deixa em meio a sua crise. Tudo está muito difícil. Ele quer que Deus faça alguma coisa, mas sabe que também precisa fazer alguma coisa. E aí ele se coloca como que frente a frente com a própria alma e diz a ela: É hora de confiar em Deus e ter esperança!
Há quem chore de barriga cheia, mas há também quem cante de barriga vazia. E estes o fazem porque escolhem, apesar da fome. Mesmo sob o peso de tristezas e problemas, mesmo sentindo-se abatido e amargurado, eles escolhem um caminho melhor: O da fé! Pela fé, questionam a si mesmos a favor de Deus. Se o que podemos fazer é pouco, que façamos o pouco que é possível. Mas devemos nos recusar a ficar apenas prostrados, sentindo a angustia e derramando lágrimas. O salmista angustiou-se e chorou, mas também manteve-se crendo. O exemplo que nos deixa é muito especial. Ele se recusa a abandonar o lugar de quem confia e espera em Deus. Muitos, diante da dor e perda, desistem de Deus e com isso apenas pioram tudo! O salmista, mesmo atordoado, sabe que está em Deus o seu refúgio e salvação.
Jesus disse que neste mundo teremos aflições e teremos mesmo. Não devemos nos sentir traídos por Deus quando a flecha da provação atravessa nosso fígado. Quando a vida nos fere e as coisas seguem rumos que nos angustiam. Servos de Deus ao longo da história sofreram. Tereza de Ávila, diante da dor que atingia cristãos fieis, declarou: “Senhor, se é assim que tratas teus amigos, não me admiro de que tenhas tão poucos!” Quando somos cercados pelo mal e lembramos do poder de Deus, tudo que esperamos é que Ele faça algo por nós e não entendemos e nem reagimos bem se o milagre não vem. Não entendemos o silêncio de Deus e jamais entenderemos. Mas ainda assim podemos confiar nele. Podemos crer em Seu amor por nós. Em meio à crise que desorienta, devemos sacudir nossa alma e dizer-lhe: Calma minha alma! Ponha a esperança em Deus! Essa dor não vai durar para sempre!
ucs