Boko Haram, grupo extremista islâmico da Nigéria que jurou lealdade ao Estado Islâmico, está treinando jovens para retornar às suas escolas e matar seus antigos professores e colegas cristãos.
A matéria investigativa do jornal Los Angeles Times mostra como o Boko Haram, cujo nome traduzido seria “educação ocidental é pecado”, está priorizando as escolas que eles afirmam serem um sistema que contraria sua fé.
O Christian Post relata que ONG cristã International Christian Concern (ICC) lamenta como a radicalização de crianças e adolescentes continua crescendo na região. “O Boko Haram tem como alvo prioritário atacar escolas, forçando seu fechamento. Eles raptam estudantes e matam professores. As meninas de Chibok são o caso mais conhecido, mas as regiões onde Boko Haram controla já não têm mais escolas abertas com medo de ataques”, afirmou o documento oficial.
A ICC tenta abrir uma escola para crianças em um acampamento de refugiados, expulsos de suas casas pelos jihadistas. Também estão pedindo orações pela situação na região, que se agrava cada vez mais.
O relatório do LA Times indica que 611 professores foram assassinados desde a ascensão do Boko Haram em 2009, além de 910 escolas incendiadas e outras 1.500 obrigadas a fechar as portas.
Muitos desses ataques teriam sido realizados por ex-alunos radicalizados, que dão a vida para defender essas ideias religiosas radicais. “O Boko Haram acredita que a Terra é plana, e que os muçulmanos estão autorizados a tomar pessoas como escravos e matar os infiéis,” observou o relatório. Como metade da população da Nigéria é muçulmana, os conflitos antigos com os cristãos têm se acirrado após a eleição de um presidente islâmico.
A percepção entre os muçulmanos é que a educação ocidental, trazida para o país por missionários cristãos europeus é uma “manobra para cristianizar” as crianças. Por isso, pregam que um bom muçulmano não deve frequentá-las.
O grupo terrorista vem usando crianças e adolescentes sequestrados por eles em alguns de seus ataques, seja como soldados ou como homens-bomba não só na Nigéria, mas também no Níger, Chade e Camarões.
O Wall Street Journal (WSJ) publicou uma extensa matéria-denúncia em agosto, dando conta que os jihadistas sequestraram mais de 10.000 meninos nos últimos três anos na Nigéria e no Camarões. Seguindo o modelo do EI, as crianças são forçadas a se converter ao Islã e recebem treinamento militar. Muitos são órfãos de pais e mães cristãos mortos nos ataques do Boko Haran às aldeias do interior.