Em todas as partes do mundo, milhares de famílias estão em crise. Os conflitos domésticos e os divórcios são cada vez mais frequentes, mesmo entre famílias cristãs. Com isso, o número de famílias arruinadas vem aumentando. Pessoalmente, sinto que há uma necessidade inadiável de voltar ao eterno livro, a Bíblia, para reaprendermos como Deus, o Arquiteto do lar, quer que vivamos em família. Afinal de contas, o Senhor é a autoridade mais qualificada no assunto, porque a família é sua invenção. Nunca podemos esquecer que Ele a constituiu como célula básica da sociedade e da igreja, e que ambas se fortalecerão à medida que suas famílias forem fortes.
Há uma batalha espiritual sendo travada pelo controle da família e Satanás não economiza artimanhas para destruí-la. Atualmente, a perda do selo de “sagrado” que costumava distinguir o casamento e a relutância em adotar os padrões tradicionais para ele; o crescente desejo de aceitar o divórcio como algo natural, aliados ao aumento do interesse por perversões sexuais e ao desrespeito dos filhos para com os pais e autoridades têm contribuído efetivamente para a queda da instituição familiar. O humanismo – que destrona a Deus para entronizar a pessoa; o materialismo – que estipula como alvo de vida a abundância de bens materiais; o relativismo – que nega a existência de absolutos; o hedonismo – que prioriza o prazer; o individualismo – que coloca o foco no indivíduo e seus direitos, são ideias falsas, porém, poderosas, que exercem um imenso domínio sobre a sociedade contemporânea, atacando também a família e fragilizando-a ainda mais.
Mas a Bíblia refuta categoricamente essas falsas ideias ao afirmar que Deus continua soberano (Pv 21.1), que só a sua Palavra dura para sempre (Is 40.8) e que somente em Jesus podemos viver a vida como ela deve ser vivida (João 14.6). A Palavra é o manual que Deus preparou para seus filhos consultarem. Através do estudo, da meditação e da aplicação dos princípios bíblicos nela encontrados, as famílias conseguem estabelecer diretrizes que podem auxiliá-las a se tornarem mais sólidas e equilibradas. A Bíblia ensina sobre o compromisso que deve existir entre o casal (Pv 2.16-19); o papel do marido no casamento (Ef 5.23,25); o papel da esposa (Pv 31.11-12, 30; 14.1); o tipo de comunicação que ambos devem manter (Pv 15.1,23; 25.11); como solucionar conflitos (Cl 3.13) – e aqui incluo três frases que podem ajudar a resolver muitos mal-entendidos: “Eu estou errado(a)”; ”Por favor, me perdoe”; “Eu amo você!”; relacionamento sexual (Pv 5.15-19); dinheiro (Pv 22.7; 23.4-5); criação de filhos (Pv 22.15; 29.17; Ef 6.4) e relacionamento dos filhos para com os pais (Ef 6.1-3).
Mas como colocar tudo isto em prática? Será impossível aplicar os conceitos espirituais sem uma capacitação de Deus. Estou me referindo ao Espírito Santo que nos equipa para viver uma vida totalmente sobrenatural. Em Romanos 8.9, Paulo afirma: “Vocês, porém, não vivem como manda a natureza humana, mas como o Espírito de Deus quer, se é que o Espírito de Deus vive realmente em vocês. Quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele”. No versículo anterior, o apóstolo diz: “As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus”. É inútil e frustrante tentar viver uma vida plena, inclusive, na esfera familiar, na força da carne. Porém Deus, que nunca nos abandona, preparou a sua Palavra para ser o farol que ilumina nosso espírito e nossas emoções para sermos pais, mães, filhos, enfim, a família que Ele espera que sejamos.
::Jaime Kemp