sexta-feira, maio 15, 2015

Asaph Borba testemunha cura da filha

Aurora corria pela casa em seu andador, com o olho esquerdo tapado, fruto da oclusão receitada pelo oftalmologista Dr. Paulo Horta Barbosa, que desde os onze meses começou a cuidar de seu problema de estrabismo, já acentuado. Um óculos tentava corrigir a ambliopia (olho preguiçoso) causada pelo estrabismo, no olho direito, e a hipermetropia decorrente, no olho esquerdo. O quadro comprometia os movimentos, o desenvolvimento e, principalmente, o humor de nossa querida filha.
Não foi uma tarefa fácil. Algumas vezes, os óculos foram jogados pelas janelas da casa ou do carro. Outras, ele simplesmente caía de seu rosto ao baixar a cabeça. Depois, ela descobriu que podia facilmente quebrar as hastes do frágil aparato incômodo. Porém, fomos perseverantes com a oclusão, que segundo o especialista, era vital para a salvação do olho amblíope. “Se fosse minha filha, eu até engessaria seus bracinhos para ela não tirar o oclusor!”, declarou o médico, convicto sobre o tratamento, em frente da mamãe apavorada. Vale ressaltar que, naquela época, esse tipo de tratamento era pioneiro e a Rosana não só abraçou o desafio, mas fazia os oclusores artesanalmente, pois não existiam no Brasil! E assim, entre oclusores, cerca de 12 ou mais pares de óculos, que já eram feitos de 2 em 2, por conta de “acidentes” e mudanças de grau, passaram-se três longos anos. Mas vencemos! A ambliopia foi corrigida, o estrabismo retrocedeu e a hipermetropia diminuiu; porém, os óculos permaneceram.
Nos anos seguintes, descobrimos que nossa princesa era portadora da Síndrome de Prader-Willi, causa desse e muitos outros problemas, com os quais passamos a conviver diariamente. Um dia, em um encontro em Brasília, um amigo vendo a dificuldade ocular, sugeriu o uso de um par de óculos com lentes de cores diferentes e nos presenteou um com o grau dela. Como haviam algumas pesquisas confirmando os benefícios deste tipo de tratamento no desenvolvimento óptico, ela o usou por um bom tempo.
E assim Aurora foi pela infância e adolescência, com os óculos mudando a cada ano, às vezes mais de uma vez! Durante a etapa escolar a boa visão foi essencial. Acordava e logo ela ouvia: “Aurora, põe os óculos!” Constantemente, eu ouvia: “Papai, limpa meus óculos!” Na hora da saída, no meio da correria: “Aurora, onde estão os óculos?” Porém, chegamos até a fase adulta de nossa filha com o dito aparato visual cumprindo o seu papel de lhe permitir enxergar melhor. Aurora estudou até a oitava série em regime de inclusão, se formando no ensino fundamental, e ainda fazendo outras atividades como Kumon, piano, dança, inglês e tudo com boa qualidade visual.
As consultas com o oftalmologista começaram ser mais espaçadas, pois a hipermetropia estava estável e quase igual nos dois olhos, cerca de 1,0 grau. Para nós, isso já era um milagre, pois no início do tratamento do olho esquerdo, que não focava, a correção seria de mais de 10,0 graus! Então, uma frequente queixa de dor de cabeça, que surgiu aos 23 anos, começou a nos preocupar. Depois de vários exames, até uma tomografia, achamos que os óculos estivessem com pouco grau, pois, às vezes, a Aurora estava confundido pessoas à distância. Lá foi a Rosana para o competente oftalmologista, que há 23 anos cuidava dos olhinhos da nossa filha.
Na consulta, era um tal de põe lente e tira lente, lê longe e lê perto. E nada parecia que dava certo naquela tarde, até que, num ímpeto e sem avisar, o médico tirou todas as lentes do aparelho e Aurora leu. Longe, perto, pequeno e grande e, enfim, a declaração: “Esta menina está curada. Seus olhos não precisam mais de óculos e olha que o estrabismo dela era severo!”. Rosana ficou num misto de surpresa e alegria, pela maravilha que Deus operara. Aurora demorou a compreender o que estava acontecendo, dizendo que tinha que colocar os óculos para ir ao Kumon. Então, a mãe e o doutor lhe disseram que não havia mais a necessidade de usá-los. Eu estava na Europa naquele dia e ouvi as notícias exultantes pelo celular, minutos após a consulta, com muita emoção e louvor.
Sabemos, sem dúvida, que tudo é fruto de perseverança e muita oração. Constantemente abençoamos nossa filha e profetizamos cura. O nosso querido pastor Moysés C. de Moraes unge frequentemente a Aurora com óleo e em nome de Jesus, bem como os pastores Dari Pereira e Ricardo Glavam, (a pedido dela mesma!), pois cremos que o Senhor tem poder para curar. Recentemente, gravei uma música clamando: “Cura minha filha, Senhor!” Com isso, quero dizer que temos uma expectativa constante de cura da Aurora, não apenas dos olhos, mas de tudo. Entendemos, entretanto, que Deus está curando a Aurorinha “a cada manhã”, pois ela é parte de um processo de muita bênção em nossa casa e temos certeza que um dia a veremos como Ele a vê: perfeita aos olhos do Pai!
Obrigado, Senhor, por tudo que Tu fazes e farás. Cura os nossos olhos para que possamos vê-lo como Tu és, e dá-nos os Teus olhos para que possamos ver como Tu vês!

Asaph Borba e família / Foto: Arquivo pessoal
Asaph Borba e família / Foto: Arquivo pessoal