POR PRISCILLA COSTA
Foto: Deizi Rezende/ Agência O Dia
Esse é o terceiro trabalho infantil da cantora, uma espécie de Xuxa da música evangélica. Aline já vendeu 290 mil DVDs voltados para os pequeninos. “Falar com criança é fantástico. Porque, quando elas gostam, gostam de verdade”, justifica ela.
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos, Aline está entre os dez maiores vendedores de CD do País há pelo menos cinco meses. Também foi a primeira cantora do segmento gospel a ser indicada — e premiada — ao Grammy Latino, considerado o Oscar da música. Foram quatro indicações no total e ela levou o troféu para casa três vezes: em 2004, com o CD ‘Fruto de Amor’; e em 2007, com os discos ‘Aline Barros & Cia 1’ e ‘Caminho de Milagres’.
“Vemos o salto que a nossa música deu em termos de qualidade, abertura na mídia. Acho que participei diretamente disso. Fui, sim, uma das primeiras”, afirma ela, que participa frequentemente de programas de televisão e tem canções incluídas em trilhas sonoras de novelas. No folhetim ‘Duas Caras’, de Aguinaldo Silva, era dela a música-tema do núcleo religioso, o hit ‘Recomeçar’.
“Fui pela primeira vez à Globo quando eu tinha 16 anos, no programa da Xuxa. É uma responsabilidade grande, mas uma alegria maior ainda. Para mim, a música não é uma profissão, é uma missão. As pessoas matam por religião, não é isso que Deus quer”, defende.
A artista aposta em ideias lúdicas para a criançada. Dois lêmures, iguais ao rei Julien, do filme ‘Madagascar’, além de um macaquinho, interagem com a cantora levando mensagens de paz e amor. Ainda há a participação de 200 crianças na música ‘Junto e Misturado’, que fala sobre preconceito. “Foi um trabalho feito com muito carinho, desde a escolha do repertório aos músicos, pensamos em cada detalhe”, valoriza.
MILAGRE COM A VOZ
Aline, que também é pastora da Igreja Evangélica Internacional Zona Sul, diz que leva uma vida normal, logo, não é perfeita.
“Todo mundo tem problema, eu tenho os meus. Às vezes, enfrento situações complicadas e não sei como resolver”, confessa ela, que passou por maus bocados ao ficar quase sem voz, em 2004.
“Fiquei com apenas 5% da minha voz, a ponto de perdê-la. E fiquei temerosa, claro, o medo tenta dominar a gente. Mas não permiti. Chorei por dias no meu travesseiro, antes de dormir. Os médicos me deram seis meses até perder totalmente a voz”, detalha. Ela relata ainda que, depois de um mês, estava curada.
“Tive força, com muita dificuldade gravei uma música por dia, mas concluí o trabalho. O CD ficou pronto, foi um sucesso e ganhei meu primeiro Grammy”, comemora.